A polémica está de novo instalada. Numa iniciativa que esclareça a actual situação, fiz 2 perguntas, em nome do Grupo Parlamentar do BE, ao Governo Regional, cujas respostas aguardamos ansiosamente.
Aqui fica o registo:
Exmº. Senhor
Secretário Regional da Economia
ASSUNTO: Posição do Governo Regional dos Açores sobre o aumento da Pista do Aeroporto da Horta
Excelentíssimo Senhor
Tem sido noticiado em diferentes órgãos de comunicação social que o PS e o seu Governo não irão privatizar a ANA - Aeroportos e Navegação Aérea, EP, nomeadamente a que abaixo se transcreve da página da RTP-N:
PS exclui privatização da ANA
Se for Governo, o PS garante que não vai privatizar a ANA, empresa que gere os aeroportos portugueses. A garantia foi dada por Alberto Martins durante um debate na RTPN com os cabeças-de-lista pelo Porto.
09-09 14:30:41
Estas declarações entram em contradição com as do Senhor Vice-Presidente Sérgio Ávila, no Parlamento, ao afirmar que a ampliação da pista do Aeroporto da Horta está contemplada no caderno de encargos com vista à privatização da ANA, cabendo às entidades que adquirirem o seu capital social a execução desta obra, no âmbito das obrigações de investimento previstas no concurso, criando, assim, um clima de fundada suspeição.
Atendendo às declarações do Senhor Presidente Carlos César, no mesmo dia e no mesmo local, comprometendo o Governo Regional e comprometendo-se também pessoalmente no empenho do processo de ampliação da pista do Aeroporto da Horta, confirmando ter admitido, em 2004, avançar com a obra, à custa do Orçamento Regional; entende o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda/Açores que se torna pertinente esclarecer qual a situação actual, pelo que vimos, por este meio requerer a V. Exa. que responda às seguintes questões:
- Estava, o PS/Açores e o Governo Regional, a par desta posição do PS e do Governo da República sobre a privatização da ANA, quando os Senhores Presidente e Vice-Presidente do Governo Regional proferiram as declarações acima descritas?
- Perante a evidência da não privatização da ANA, o que inviabiliza o actual plano do Governo Regional, quando prevê o Governo Regional dar início às obras de ampliação da pista do Aeroporto da Horta, de acordo com o prometido em 2004 pelo Senhor Presidente Carlos César?
Pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda/Açores
(Mário Moniz)
De rui a 14 de Setembro de 2009 às 12:42
Pois, é difícil voltar atrás numa promessa politica quando se descobre que tecnicamente não é a melhor opção sem que toda a oposição lhes caia em cima. E agora? Faz-se o mesmo que em S. Jorge? Anuncia-se uma ampliação com pompa e circunstância e no fim de contas as distâncias declaradas quase não crescem para se cumprir com as normas no que toca a zonas de segurança? Ou vai-se mesmo gastar dezenas de milhões para fazer o tal aumento necessário para os voos charter, que no final de contas não é necessário pk não há tráfego que o justifique... Se o fosse já se faziam, com escala técnica ou até comercial na Terceira ou em S. Miguel...
Caro Rui.
Obrigado pela tua opinião.
A principal questão que me move, não são os voos "charter". Eles poderão ser uma mais valia adicional, dependendo da dinâmica dos operadores turísticos, da nossa capacidade de cativar as Ilhas do Triângulo com esse destino e da vontade política do Governo Regional, no que concerne ao investimento público sem retorno financeiramente expectável a curto prazo.
A principal questão, no meu entender, prende-se com a segurança das pessoas.
De seguida com a condicionante das penalizações que atrofiam, ora a quantidade de passageiros , ora a carga comercial, esta verdadeiramente penalizadora da nossa débil economia. Nota que não temos voos para o nosso aeroporto que transportem somente mercadorias.
Depois com a logística da mobilidade, evitando o excesso de cancelamentos e desvios para outros aeroportos, o que torna impraticável este destino, tanto ao nível turístico como comercial.
Desta situação, resultam grandes prejuízos económicos e desincentivam a procura das Ilhas do Triângulo como destino turístico.
São estes os principais motivos, mas vamos agora à questão política:
A minha luta tem sido sempre para que tudo se faça sem subterfúgios, duma forma sustentada e inserida no progresso de cada local, inserido, de forma harmónica, no todo regional e, assim sucessivamente, mas pondo sempre em primeiro lugar o bem estar das pessoas, a sua elevação pessoal, económica, cultural e social.
O que é que tem acontecido:
Fazem-se obras avulsas, a maior parte delas sem qualquer estudo prévio credível, ao sabor dos interesses ocasionais e pressionadas por "lobbies" partidários com poder financeiro.
Não existe uma coordenação entre quem faz e quem deveria beneficiar da utilização do dinheiro público.
Promete-se quando é necessário e faz-se quando já não há outra hipótese e altera-se o prometido, porque na maior parte das vezes não se tem noção da promessa feita.
Entretanto fazem-se outras que não estavam previstas, mas, porque emblemáticas, dão votos.
Só denunciando sistematicamente esta forma avulsa de governar que conduz inevitavelmente ao descalabro, será possível "meter" algum juízo na cabeça dos nossos governantes.
É com isso que terão que contar enquanto eu estiver na ALRAA .
Comentar: