Terça-feira, 26 de Abril de 2011
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS AINDA NÃO ACABOU

25 DE ABRIL

ESPERANÇA versus RESIGNAÇÃO E CEPTICISMO

Para velhos males são necessários novos remédios, foi uma ideia que retive do discurso do ex Presidente Jorge Sampaio nas comemorações do 25 de Abril. Foi, aliás, em minha opinião, a intervenção mais assertiva e que melhor apelou à mobilização solidária dos portugueses para travar mais esta luta a que as mesmas políticas dos mesmos alternantes políticos nos têm invariavelmente conduzido.

A tónica geral é insistir em dar-nos mais do mesmo, de forma a protelar esta situação, até que, colmatadas as necessidades financeiras dos patrões das agências de rating e arrecadados os lucros pelo FMI e BCE, novo ciclo se prepare.

Estes ciclos serão cada vez mais frequentes e atingirão um, cada vez maior número de países, uma vez que a economia não tem tempo nem capacidade de recuperar das sucessivas recessões em que é lançada para satisfazer o apetite financeiro voraz. Basta ler as notícias sobre a Grécia.

É incrível o desplante com que os mandantes desta política, desde que o FMI entrou em Portugal pela primeira vez (esta já é a terceira vez), receitam sempre o mesmo tipo de solução, andando à roda e cavando, deste modo, a sua própria cova, onde, infelizmente, também nos vamos enterrando. 

O mundo actual em que vivemos, a Europa em especial e Portugal em particular estão numa situação em que todos somos chamados a agir. Se continuarmos como até aqui, vamos ficar ainda pior. Se estivermos cada um de nós à espera que surja alguém para resolver os problemas de Portugal, esqueçam que esse nunca vai aparecer, qual D Sebastião. Tudo o que aparece é para sugar o que ainda possa existir.

Os compromissos nacionais que nos querem impor são impulsionados pelos grandes grupos económicos, nacionais e não só. Não é por haver um "compromisso nacional" assinado por uma dezena de cromos que deve fazer com que as pessoas se tornem acríticas, submissas e se demitam de decidir seja o que for, só porque essa decisão já foi tomada por outros.

Relembremos e refundemos o espírito de Abril. Qualquer governo só manda o que o Povo que vota deixar. Alguém escreveu: “Temos que MUDAR-NOS! Não de sítio, mas de atitude”.

É verdade:
Quem não votava tem de passar a votar;
Quem só fazia casa/trabalho tem de passar a incluir a cidadania e participação;
Quem sabia de alguém que foge aos impostos e não denunciava, tem de denunciar;
Quem estava à espera que o País faça algo por ele, tem de fazer algo pelo País;
Quem criticava só por criticar, tem de somar à crítica a intervenção para a mudança;
Quem pensava que são os políticos que têm de nos governar enquanto nós trabalhamos, tem de passar a intervir para dar sentido à governação;
Se não nos mudarmos por nossa iniciativa, vamos ser mudados pela força das circunstâncias e aí é sempre tarde...

Urge que todos e cada um de nós tomem a iniciativa de, mais uma vez, reconstruir Portugal: cidadania activa precisa-se!

É nestes momentos que renasce a esperança contra a resignação e o cepticismo. Comecemos por acreditar em nós próprios e na nossa capacidade de repor a esperança que Abril nos deu.



publicado por livrecomoovento às 13:19
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Sexta-feira, 8 de Abril de 2011
VAMOS PÔR AS BARBAS DE MOLHO

Um ano de atrocidades sociais do FMI na Grécia

Cumpre-se agora um ano sobre a data em que o FMI começou a “ajudar” o governo grego do socialista Papandreu. Embora os portugueses conheçam os efeitos de muitas das medidas aplicadas na Grécia – por serem comuns aos PEC’s – eis alguns resultados de 12 meses de atrocidades sociais.
Grécia: Faixa FMI Go Home (FMI rua)
Grécia: Faixa FMI Go Home (FMI rua)

O FMI não ajuda ninguém – limita-se a disponibilizar dinheiro a governos em troca da aplicação de medidas que assegurem a liberalização selvagem da economia, o que significa asfixiar a vida da generalidade dos cidadãos e empurrar os mais desprotegidos para as zonas da nova escravatura.

Eis alguns resultados de 12 meses de atrocidades sociais cometidas pelo Fundo Monetário Internacional neste país.

Salários

Congelamento de todos os salários do sector público até 2014.

Eliminação dos subsídios de férias e de Natal para todos os trabalhadores da função pública que ganhem mais de 3000 euros por mês brutos.

No caso dos trabalhadores da função pública que ganhem menos de 3000 euros por mês brutos os subsídios são limitados a 250 euros na Páscoa, 250 euros no Verão e 500 euros no Natal.

Redução dos subsídios no sector público entre 8 e 20 por cento e de 3 por cento nas empresas públicas.

No sector privado não houve aumentos salariais em 2010 e prevêem-se aumentos entre 1,5 e 1,7 por cento em 2011 e 2012 – contra uma inflação actual de 5,5 por cento.

Emprego/desemprego

Garantia de muito maior flexibilidade aos empresários para fazerem despedimentos: sem limites em empresas até 20 trabalhadores; seis despedimentos por mês em empresas entre 20 e 150 trabalhadores; cinco por cento dos efectivos ou 30 trabalhadores por mês em empresas com mais de 150 trabalhadores.

Redução das indemnizações por despedimentos.

Trabalhadores com menos de 21 anos podem ser contratados durante um ano por 80 por cento do salário mínimo com pagamento da segurança social também de 80 por cento.

Trabalhadores com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratados por 70 por cento do salário mínimo.

Trabalhadores com menos de 25 anos que trabalhem pela primeira vez podem receber abaixo do salário mínimo.

Os trabalhadores considerados redundantes pelos empresários não podem contestar os despedimentos.

Aumento de três por cento das contribuições para a segurança social tanto de trabalhadores como de empregadores.

Pensões/Reformas

Congelamento de todas as pensões até 2013.

Eliminação dos subsídios de férias e Natal para os pensionistas com mais de 2500 euros por mês brutos.

Pensionistas abaixo dessa verba mensal bruta receberão 200 euros na Páscoa, 200 no Verão e 400 no Natal.

Eliminação dos subsídios de férias e de Natal a todos os pensionistas com menos de 60 anos, a não ser que tenham dependentes a cargo.

Aumento da idade de reforma nos sectores público e privado para 65 anos.

A idade de reforma passa a ser ajustada em função das estatísticas sobre a esperança média de vida a partir de 2020.

O cálculo das pensões vai ter em conta toda a carreira contributiva e não apenas os últimos anos, normalmente os de maiores rendimentos.

As pensões a pagar não podem ser superiores a 65 por cento do salário auferido durante o período activo. No regime anterior podiam chegar a 96 por cento.

A partir de 2015 não poderá haver reformas abaixo dos 60 anos, nem mesmo com penalizações.

A idade de reforma nas profissões de desgaste rápido sobre de 55 para 58 anos.

Os pensionistas com mais de 1400 euros mensais brutos são obrigados a descontar para um fundo de solidariedade social: três por cento até 1700; cinco por cento até 2300; sete por cento até 2900; nove por cento até 3500; 10 por cento acima de 3500 euros.

Aumento das idades de reforma para as mães trabalhadores. De 50 para 65 anos, de forma faseada até 2015, tanto nos sectores público como privado. No caso de mães com três filhos, de 50 para 60 anos até 2013

Retenção durante os primeiros três anos da transferência da pensão de viuvez.

Os ex-trabalhadores da função pública com menos de 55 anos que sejam detectados a trabalhar perdem a pensão; ou sofrem cortes de 70 por cento se tiverem mais de 55 anos.

Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público (equivalente à ADSE) serão integrados na segurança social até 2013.

Revisão completa das condições para militares e membros das forças de segurança, com aumento das idades de reforma e eliminação de bónus especiais

Redução do número de fundos para profissões liberais.

Impostos

Aumentos do IVA em 10 por cento por escalão, até 23 por cento

Imposto adicional de 10 por cento sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis.



publicado por livrecomoovento às 01:59
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