Nestes momentos, apelar à participação dos cidadãos pode parecer um lugar-comum, mais um a dizer o mesmo. Pois seja, mas não deixarei de insistir na importância de votar, a arma mais eficaz num regime democrático. Não sendo uma obrigatoriedade, mas sim um direito, reveste-se dum profundo dever porque deixa nas nossas mãos o destino das nossas vidas.
Não deveria ser necessário o apelo à participação dos cidadãos em qualquer eleição, mas antes uma natural vontade de cada um de nós em contribuir para o bem comum, escolhendo quem nos represente da melhor forma, renovando a legitimidade democrática de quem nos tenha governado bem, ou, se o entendermos, dar essa possibilidade a outro projeto político.
Não podemos é deixar nas mãos duns poucos o destino de muitos. Não votar, é passar um cheque em branco para que sejamos governados sem escrutínio. É dar aval à corrupção e ao compadrio.
Seria fácil tecer alguns comentários acutilantes a quem não vota, ou, simplesmente vota em branco. Não o farei, não por ser politicamente incorreto, mas porque sei que esta atitude das pessoas tem sido motivada por campanhas marginais como a forma delas demonstrarem a sua indignação pela falta de consideração por quem tem expressado a sua vontade, votando.
Garanto-vos que esta atitude não tem qualquer resultado prático, a não ser o prolongar da situação. Retira legitimidade democrática a quem se indigna por ter sido enganado e legitima as práticas anti democráticas de quem não gosta de se submeter ao escrutínio da cidadania. Em último caso, conduz a ditaduras que tanto sangue já derramou por todo o mundo e em Portugal.
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