A culpa é sempre do outro. O “tipo” que, por ganhar pouco e ter muitos filhos, confere direito a ser ajudado com o Rendimento Social de Inserção. O “gajo” que não consegue trabalhar e “aproveita” para viver “à conta do orçamento”, beneficiando do subsídio de desemprego. Aquele que contraiu uma doença crónica e que “passa a vida” em sucessivas baixas por doença.
A tendência é para a comparação com quem está ao nosso lado, ou vive em piores condições.
Que dizer do toxicodependente que vai algemado por furtar 50€ para “matar” o vício, enquanto o traficante que lhe vendeu a droga entra sorridente e sai à gargalhada, dando entrevistas à comunicação social: “Eu bem dizia que estava inocente, não têm provas contra mim!!!”.
E o administrador que manda pagar salários de miséria, deslocaliza indústrias, despede trabalhadores com o pretexto da redução de custos e, depois, aumenta o seu próprio ordenado e, ainda, se manda pagar prémios de produtividade e gratificações de balanço?!
Feitas as contas, o supérfluo sonegado, por gente sem escrúpulos, erradicava a pobreza em Portugal e permitiria investir em sectores produtivos, de forma a tornar o desemprego residual.
Afinal, quem é o outro?
O projecto de decreto legislativo regional do Bloco de Esquerda que pretendia reduzir o limite máximo das derrapagens financeiras em obras públicas na Região foi chumbado pela maioria PS e pelos deputados do PSD e CDS, que inviabilizaram, assim, uma medida cujo objectivo seria salvaguardar a saúde das contas públicas da Região, e contribuir para que houvesse mais dinheiro público disponível para as funções do Governo no campo social.
Tratava-se tão-somente, de aplicar a Legislação da República aos Açores. Mas, quando se trata de "dar" dinheiro sem controle, PS, PSD e CDS estão sempre de acordo. Uns, para manter os grupos de pressão calmos, outros porque os amigos beneficiam directamente das facilidades de acesso.
Continuamos a ter mais do mesmo. E em tempo de crise.
A forma de governação por expedientes leva a que, constantemente, lancem mão de tentativas de desvirtuar posições e objectivos políticos alternativos, numa manobra estafada de desviar a atenção da sua incapacidade de governar à luz da estratégia política condicente com o nome que a sigla PS, necessariamente, faria supor.
Infelizmente, o mal pegou na República, estendeu-se à Região e, qual pandemia, é prática corrente na generalidade das legiões romanas instaladas nas autarquias infectadas.
Felizmente, subsistem algumas aldeias gaulesas que não se cansam de gritar:
- Estes romanos estão loucos!
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